Semana após semana, a Liturgia nos veio preparando para a revelação a ser feita hoje, no último domingo do ano eclesial.
Jesus, como nos foi mostrado nos domingos anteriores, é verdadeiramente o Eleito, o Messias de Deus, o Rei dos Judeus. Ironicamente, no evangelho de hoje, ouvimos esses nomes dos lábios dos que não acreditavam Nele: governantes de Israel, soldados e um criminoso que morria a Seu lado.
Estes só conseguiam enxergar o escândalo de uma figura ensanguentada, presa a uma cruz. Desprezaram-No com palavras e gestos já preditos nas Escrituras de Israel (Salmo 22, 7–9; 69, 21–22; Sabedoria 2, 18–20). “Se é verdadeiramente Rei, Deus O salvará”, escarneciam. Mas Ele não veio para salvar a Si mesmo, mas para salvar a eles e a nós.
O bom ladrão nos indica como devemos aceitar a salvação que Ele nos oferece: confessa seus pecados, reconhecendo que merece morrer por eles. E invoca o nome de Jesus, buscando Sua misericórdia e perdão. Pela sua fé, foi salvo. Jesus “se lembra” dele — como Deus sempre se lembrou de Seu povo, visitando-o com Suas obras redentoras, contando-o entre os Seus herdeiros escolhidos (Salmo 106, 4-5).
É pelo sangue de Sua cruz que Jesus revela o Seu reinado. Não procurou salvar a Sua vida, mas a ofereceu pela nossa salvação. Com isto, o Pai nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, como nos diz a Epístola de hoje.
O Reino de Cristo é a Igreja, a nova Jerusalém e a Casa de Davi que cantamos no Salmo de hoje.
Pela aliança com Davi, conforme a Primeira Leitura, as tribos de Israel transformaram-se nos mesmos ossos e na mesma carne do seu rei. Pela nova aliança, feita com Seu sangue, Cristo se torna uma só carne com o povo de Seu Reino: Ele é a cabeça de Seu corpo, que é a Igreja (Efésios 5, 23–32).
Celebramos e renovamos essa aliança em toda Eucaristia, dando graças pela nossa redenção, aguardando o dia em que também estaremos com Ele no Paraíso.
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