Joaquim de Fiore foi um monge cisterciense (1130-1202) que desenvolveu a tese de que o mundo viveria três épocas. A era do Pai (Antigo Testamento) moralmente bastante rígida, que não deixava muita margem de liberdade para o homem. A era do Filho (Novo Testamento) menos rígida, mas ainda impregnada de matéria e não totalmente livre. E, por fim, a era do Espírito Santo, finalmente livre e espiritual.
Esta última seria a era da paz. A Igreja dos símbolos (Cristo) seria sucedida pela Igreja da Realidade; a Igreja hierárquica seria substituída pela Igreja do Espírito (da Misericórdia).
Note-se que os franciscanos e os jesuítas se apaixonaram por esta tese. Os franciscanos a desejavam como parte de sua regra, incorporando-a em sua Ordem. Esta tese também foi recentemente adotada pelo teólogo jesuíta De Lubac; e, depois, pelo teólogo jesuíta Karl Rahner. Recentemente, também pelo teólogo Leonardo Boff, amigo e conselheiro do Papa atual.
Segundo Rahner, essa tese significa que o Cristo é quem deve se conformar ao mundo, e não o contrário. Boff vai mais longe e explica que devemos ir além do Cristo e abraçar a era do Espírito Santo (sempre de acordo com Joaquim de Fiore), porque o Espírito Santo sopra onde quer… E eis que devemos esquecer os Evangelhos e ouvir os “sinais dos tempos”, a famosa realidade.
E se estes sinais dos tempos e da realidade contradizem Cristo, pior ainda para quem os percebe, ignorando os sinais dos tempos e da realidade.Tal realidade exige a superação dos dogmas, da tradição e do valor dos sacramentos. Aqueles que insistem em não o fazer, são fanáticos e fariseus.
https://www.marcotosatti.com/2019/12/26/suor-gertrude-gioacchino-da-fiore-ha-epigoni-in-vaticano/
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