Devemos nos colocar no lugar dos discípulos, no Evangelho de hoje. Abatidos e confusos, vão caminhando pela estrada, incapazes de compreender tudo o que tinha acontecido.
Eles sabem que viram um profeta poderoso em palavras e ações. Esperavam que Ele fosse o redentor de Israel e, agora, não sabem o que fazer com Sua morte violenta nas mãos de seus governantes.
Não conseguem reconhecer Jesus, quando Ele se aproxima para caminhar com eles. Parece ser apenas mais um estrangeiro visitando Jerusalém para a Páscoa.
Observe-se que Jesus não revela sua identidade até que eles descrevam como encontraram o seu túmulo vazio (sem que, porém, ninguém O tivesse visto). É assim que também acontece conosco: se Ele não se revelasse, veríamos apenas uma tumba vazia e uma morte sem sentido.
Como Jesus se dá a conhecer em Emaús? Primeiro, interpreta “todas as Escrituras” que se referiam a Ele. Na Primeira Leitura e na Epístola de hoje, Pedro também abre as Escrituras para proclamar o significado da morte de Cristo conforme um “plano estabelecido” do Pai e conhecido desde antes da fundação do mundo.
Jesus é descrito como um novo Moisés e um novo cordeiro pascal. É sobre Ele que fala Davi no Salmo de hoje, cuja alma não foi abandonada à corrupção, mas conheceu o caminho que leva à vida.
Depois de abrir as Escrituras, Jesus sentado à mesa pegou o pão, abençoou-o, partiu-o e o deu aos discípulos, exatamente como fez na Última Ceia (ver Lucas 22: 14–20).
Em cada Eucaristia, reencenamos esse Domingo de Páscoa em Emaús. Jesus se revela a nós em nossa jornada, fala aos nossos corações pela voz das Escrituras e, enfim, à mesa do altar, na pessoa do sacerdote, é Ele quem parte o pão.
Os discípulos lhe imploraram: “Fique conosco.” E ele ficou. Embora tenha desaparecido de nossa vista, na Eucaristia — como em Emaús — nós o reconhecemos no partir do pão.
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