O diário católico polonês Nasz Dziennik (“Nosso Diário”) publicou, em sua edição do fim de semana passado, uma carta aberta, assinada por mais de 60 médicos, dirigida a “bispos, padres e irmãos e irmãs na fé da Igreja Católica”, destacando que, em tempos de epidemia, a forma tradicional de receber a comunhão é muito mais segura que a comunhão na mão.
Os três primeiros signatários do documento são patologistas da Universidade Médica de Białystock: Dr. Marek Baltaziak, Dra. Maria Elżbieta Sobaniec-Łotowska e Dr. Stanisław Sulkowski.
“Estamos preocupados que, nos últimos meses, os padres tenham encorajado (e até mesmo ordenado, em algumas paróquias) a receber a Comunhão nas mãos como um método mais higiênico para proteger os fiéis da Covid 19. Não sabemos em que base, particularmente em que pesquisa científica, tal tese foi construída, ou que postulados médicos a confirmam. Acreditamos, do ponto de vista médico, que não se pode considerar a comunhão na mão um método muito mais seguro do que a comunhão oral.”
Eles enfatizam que as mãos são o ponto de contato entre o corpo humano e seu ambiente. Muitos especialistas apontaram a existência de vários microrganismos (que podem incluir patógenos nas mãos), e listaram os germes e seus efeitos adversos no corpo humano.
“Mesmo que espalhemos desinfetante nas mãos, antes de entrar na igreja, devemos lembrar que, durante a Missa, elas tocam coisas ou lugares que não desinfetamos: bancos, roupas, óculos, cabelos. e até dinheiro (que é ambiente de muitos germes)”.
Os médicos acrescentam: “Do ponto de vista epidemiológico, devemos advertir que ficar de pé também incentiva a propagação da infecção, porque torna o padre e o comungante mais vulneráveis à infecção mútua. De fato, um pode infectar o outro mais facilmente, quando estão no mesmo plano, com gotículas pelo ar que passam de uma boca à outra, ou mesmo pelo nariz e os olhos. Portanto, é desejável que os comungantes recebam a comunhão o mais longe possível do rosto do sacerdote, ou seja, de joelhos.”
“Deve ser dito, do ponto de vista médico, que dar a Sagrada Comunhão diretamente na boca e de joelhos é um método decididamente mais seguro e mais apropriado do que receber a Sagrada Comunhão nas mãos e em pé. Preocupados com a saúde dos fiéis, desejamos lançar um vigoroso apelo ao episcopado polonês, aos bispos e a todos os sacerdotes, para um rápido retorno à administração do Corpo de Cristo na língua e aos fiéis ajoelhados.
No mês passado, 17 médicos alemães redigiram um texto semelhante, mas confidencial, para a conferência dos bispos alemães. O interessante, no caso do texto polonês, é que seja publicado na íntegra, em um diário católico, e em um país onde os bispos não são hostis a priori à comunhão na língua…
A foto acima pode ser vista nas estradas polonesas (com endereço, na internet, do belo site “Corpo de Cristo”), com a seguinte inscrição: “Deixemos de receber na mão a Sagrada Comunhão!”
http://yvesdaoudal.hautetfort.com/archive/2020/10/23/la-communion-sur-la-langue.html
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