A liturgia de hoje apresenta várias referências às quais o Antigo Testamento aludia para revelar Jesus como o Messias e Rei, como o Senhor que vem para alimentar o seu povo.

Observemos o paralelismo que existe entre o evangelho de hoje e a primeira leitura. Jesus, como Eliseu, está diante de um grupo de pessoas famintas, com apenas alguns pães de cevada; é evidente a impossibilidade de satisfazer tantas pessoas com tão pouco.

Além disso, nas duas leituras, a multiplicação do pão não apenas satisfaz as pessoas, mas também deixa sobras.

Por sua vez, a história de Eliseu nos faz lembrar de Moisés, o profeta que deu de comer ao povo de Deus no deserto (v. Ex 16). Moisés profetizou que Deus iria enviar um profeta como ele (v. Dt 18, 15-19). A multidão, que testemunha no evangelho de hoje a multiplicação dos pães, identifica Jesus como aquele profeta anunciado.

O Evangelho deste domingo nos mostra Jesus como Senhor, o Bom Pastor que faz o seu povo repousar nas verdes pastagens, preparando para ele um banquete (v. S 23, 1.5).

O milagre de alimentar a multidão é um sinal de que Deus começou a cumprir sua promessa, algo do qual também fala o Salmo de hoje, quando diz: “e vós lhes dais no tempo certo o alimento” (S 144, 15; v. S 81, 17).

No entanto, Jesus chama nossa atenção para o cumprimento definitivo dessa promessa na Eucaristia. Faz os mesmos gestos que fez na Última Ceia: toma os pães, pronuncia uma bênção de ação de graças (o significado literal da palavra grega eucaristia é ação de graças) e dá o pão para o povo (v. Mt 26, 26). Note-se que, no final, sobram doze cestos de pão: um para cada apóstolo.

Estes sinais devem nos levar à Eucaristia, pela qual a Igreja, fundada sobre os apóstolos, continua a nutrir-nos com o pão vivo do seu Corpo.

Na Eucaristia, nos tornamos um só corpo com o Senhor, como ouvimos na epístola de hoje. Disponhamo-nos, portanto, a levar uma vida de acordo com tão digna vocação.

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