O evangelho de hoje é irônico. Um cego, Bartimeu, é o primeiro a reconhecer Jesus como o Messias (além dos apóstolos). Sua cura é o último milagre que Cristo faz antes de entrar na cidade santa de Jerusalém, na última semana de sua vida na terra.

A cena, no caminho para Jerusalém, evoca a alegre procissão profetizada por Jeremias na primeira leitura de hoje. A profecia é cumprida em Cristo. Deus, através de seu Messias, liberta seu povo do exílio, trazendo-o dos confins da terra, com os cegos e coxos caminhando entre os demais.

Jesus, como proclama Bartimeu, é o Filho tão esperado prometido a Davi (2S 7, 12-16; Is 11, 1; Jr 23, 5). Quando ele entrar triunfalmente em Jerusalém, todos reconhecerão que o reino eterno de Davi já chegou (Mc 11, 9-10).

Como ouvimos na epístola de hoje, era esperado que o Filho de Davi fosse o Filho de Deus ( Sl 2, 7). Ele estava destinado a ser um sacerdote-rei, como Melquisedeque (Sl 110, 4), que ofereceu pão e vinho ao Deus Altíssimo no alvorecer da história da salvação (Gn 14, 18-20).

Bartimeu é um símbolo do seu povo, o povo cativo de Sião, assunto do salmo que cantamos de hoje. Seu Deus fez grandes coisas por ele. Em toda a sua existência semeou entre lágrimas e pranto; agora, colhe uma vida nova.

Bartimeu também deveria ser um sinal para nós. Quantas vezes Cristo passa diante de nós na pessoa dos pobres, ou disfarçado de um membro problemático da nossa família, ou como um companheiro difícil (Mt 25, 31-46), e nós não O vemos!

Cristo continua a nos chamar através de sua Igreja, como ele chamou Bartimeu através de seus apóstolos. Contudo, nos encontra tantas vezes dando ouvidos à multidão e não aos ensinamentos da sua Igreja!

Hoje, ele nos pergunta como fez a Bartimeu: “O que queres que eu te faça?” Com alegria, vamos também perguntar a Cristo: “O que queres que façamos por Ti, em gratidão por tudo o que fizeste por nós?”

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