
Uma epifania é uma aparição. Nas leituras de hoje, com suas estrelas em ascensão, luzes esplendorosas e mistérios revelados, aparece o rosto da criança nascida no dia de Natal.
Herodes, no Evangelho de hoje, pergunta aos chefes dos sacerdotes e escribas onde o Messias deve nascer. A resposta que Mateus coloca em seus lábios diz muito mais, combinando duas vertentes da promessa do Antigo Testamento: uma revelando que o Messias é da linhagem de Davi (2 Samuel 2, 5), a outra prevendo “um soberano de Israel” que “apascentará o seu rebanho” e cuja “grandeza chegará até os confins da terra” (Miquéias 5, 1-3).
Essas promessas do rei de Israel, que governa as nações, ressoam também no Salmo de hoje. O salmo celebra Salomão, o filho de Davi. Seu reino, como nós cantamos, se estenderá “até os confins da terra”, e os reis do mundo lhe renderão homenagem. Esta é também a cena da primeira leitura de hoje, quando as nações descem do Oriente, carregando “ouro e incenso” para o rei de Israel.
A peregrinação dos Magos, no Evangelho de hoje, marca o cumprimento das promessas de Deus. Os magos, provavelmente astrólogos persas, estão seguindo a estrela que, conforme Balaão tinha previsto, subiria junto com o bastão do soberano sobre a casa de Jacó (Números 24:17).
Carregados de ouro e especiarias, sua viagem evoca aquelas feitas até Salomão pela Rainha de Sabá e os “reis da terra” (1Reis 10, 2, 25; 2Crônicas 9,24). Curiosamente, os únicos outros lugares, na Bíblia, em que o incenso e a mirra são mencionados juntamente, são os cânticos de Salomão (Cântico dos Cânticos 3, 6; 4, 6, 14).
Alguém maior que Salomão está aqui (Lucas 11,31). Ele veio para revelar que todos os povos são “co-herdeiros” da família real de Israel, como ensina a Epístola de hoje.
Sua manifestação nos obriga a escolher: seguiremos os sinais que nos levam até Ele, como os sábios magos fizeram? Ou seremos como aqueles sacerdotes e escribas, que deixam as palavras da promessa divina se transformarem em letras mortas de um antigo pergaminho?
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