A missão de Israel — ser instrumento de salvação de Deus até os confins da Terra (Isaías 49, 6) — cumpre-se na Igreja.

Pela “Palavra de Deus”, que Paulo e Barnabé pregam na primeira leitura de hoje, nasce o povo da nova aliança, um povo que glorifica o Deus de Israel como Pai de todos.

A Igreja permanece fiel à graça de Deus concedida aos apóstolos, continuando a sua obra de salvação por todas as gerações. Através da Igreja, os povos de todas as terras ouvem a voz do Pastor e O seguem (Lucas 10, 6).

O Bom Pastor do Evangelho de hoje é o Cordeiro entronizado da Segunda Leitura. Ao dar a Sua vida por Seu rebanho, o Cordeiro tornou possível uma nova Páscoa (1 Coríntios 5, 7), libertando pelo Seu sangue “toda nação, raça, povo e língua” da escravidão do pecado e da morte.

A Igreja é a “grande multidão” que João viu na segunda leitura de hoje. Deus jurou a Abraão que seus descendentes seriam tão numerosos, que nem daria para enumerá-los. E, como João testemunhou, esta promessa é cumprida na Igreja (compare-se Apocalipse 7, 9 e Gênesis 15, 5).

É do trono de Deus que o Cordeiro governa. Dá abrigo ao Seu rebanho, saciando a sua fome com o próprio Corpo e Sangue, conduzindo-os às “fontes de água viva” que conduzem à vida eterna (João 4,14).

O Cordeiro é o eterno Rei-Pastor, o filho de Davi que havia sido predito pelos profetas. Sua Igreja é o reino de todo Israel, que, segundo os profetas, seria restaurado em uma aliança eterna (Ezequiel 34, 23-31; 37, 23-28).

Não é um reino que qualquer tribo ou nação possam reivindicar, ciumentamente, só para si. A Palavra do Pastor, dirigida inicialmente a Israel, é agora dirigida a todas as nações da terra, convocando a todos para adorar e bendizer o Seu nome no templo do Céu.

Este é o deleite dos gentios: podemos, agora, cantar a canção que outrora só Israel poderia cantar, que é o jubiloso Salmo de hoje: “Ele mesmo nos fez, e somos seus,/ nós somos o seu povo e o seu rebanho.”

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