
O episódio da Primeira Leitura de hoje já foi chamado de “pecado original de Israel”. Livre da escravidão, nascido como povo de Deus na aliança do Sinai, Israel se afastou de Seus caminhos e começou a adorar um bezerro de ouro.
Moisés implorou a misericórdia de Deus, assim como Jesus mais tarde intercederia por toda a raça humana (e ainda continua, à direita do Pai, pedindo pelos pecadores, assim como por intermédio do ministério da Igreja).
O pecado de Israel é o pecado do mundo. É o seu e o meu pecado. Resgatados da morte e transformados em Seus filhos pelo Batismo, caímos nas garras dos ídolos deste mundo; continuamos a ser um “povo de cabeça dura”, resistindo à Sua vontade como um boi que recusa o jugo do lavrador (Jeremias 7, 26).
Como Israel, pelo nosso pecado nos distanciamos de Deus e rejeitamos a filiação divina. Certa vez, Ele nos chamou de “meu povo” (Êxodo 3, 10; 6, 7). Mas nosso pecado faz de nós um antipovo de Deus, um povo que Ele deveria, por justiça, deserdar (Deuteronômio 32, 21; 1 Pedro 2, 10).
Contudo, em Sua misericórdia, Ele é fiel à aliança que, através de Jesus, se comprometeu a cumprir. Em Jesus, Deus se dirige a Israel, e a cada um de nós em particular, como pastor em busca da ovelha perdida (Ezequiel 34, 11-16), para nos conduzir de volta à festa celestial, à herança perpétua prometida, há muito tempo, aos filhos de Abraão.
“Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”, clamou Paulo na Epístola de hoje. Essas são as mais belas palavras que o mundo já ouviu. Por causa de Jesus, como o próprio Paulo pôde testemunhar, até blasfemadores e perseguidores podem procurar a Sua misericórdia.
Tal como os pecadores, no Evangelho deste domingo, nós nos aproximamos para ouvir Jesus. Nesta Eucaristia, levemos-Lhe o sacrifício aceitável que cantamos no Salmo de hoje, com nossos corações humilhados e contritos.
Na companhia de Seus anjos e santos, estamos jubilosos por Ele haver desconsiderado a nossa ofensa, celebrando, junto Dele, o fato de termos abandonado o mau caminho (Ezequiel 18, 23).
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