Na primeira leitura de hoje dos Atos dos Apóstolos, São Lucas dá a notícia surpreendente de que a história não terminou com a tumba vazia, nem com as aparições de Jesus aos apóstolos, ao longo de quarenta dias. O trabalho redentor de Jesus terá uma consumação litúrgica. Ele é o grande sumo sacerdote, e ainda tem que ascender à Jerusalém celestial, para lá celebrar a festa no verdadeiro Santo dos Santos.

A verdade desta festa resplandece na Carta aos Hebreus, onde lemos a respeito da ida do grande sumo sacerdote para os céus e o sacrifício do pontífice sem pecado em nosso favor (ver Hebreus 4: 14–15).

De fato, Sua intercessão provocará a descida do Espírito Santo em fogo sobre a Igreja. Lucas enuncia essa promessa na Primeira Leitura da festa da Ascensão: “…sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias” (Atos 1: 5). A Ascensão é a festa preliminar que dirige a atenção da Igreja para Pentecostes. Nesse dia, a salvação será completa; pois a salvação não é simplesmente expiação dos pecados (o que já seria maravilhoso), mas é algo ainda maior do que isto. A expiação é, ela própria, uma pré-condição necessária para nossa adoção como filhos de Deus. Para viver essa vida divina, precisamos receber o Espírito Santo. Para receber o Espírito Santo, precisamos ser purificados através do batismo.

O Salmo Responsorial apresenta a Ascensão de modo semelhante à adoração no Templo de Jerusalém, à época do rei Salomão: “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta” (Salmo 46). O sacerdote-rei toma seu lugar à frente do povo, governando as nações, estabelecendo a paz.

A Epístola possui um tom marcadamente pascal. Na Igreja primitiva, como hoje, a Páscoa era o tempo normal para o batismo dos adultos convertidos. Este sacramento era frequentemente chamado de “iluminação”, devido à luz que vinha da graça salvadora de Deus (ver, por exemplo, Hebreus 10:32). São Paulo, em sua Carta aos Efésios, fala de uma glória que conduz a glórias ainda maiores, tal como a Ascensão leva a Pentecostes: “Que ele abra o vosso coração à sua luz”, escreve ele, pensando na divinização dos que acreditam. A “esperança” deles é a “herança com os santos”, os santos que foram adotados na família de Deus e agora com Ele vivem à direita do Pai.

Estas são as “boas novas” que os apóstolos foram encarregados de espalhar — para o mundo inteiro, para todas as nações, a começar por Jerusalém — na Ascensão. São as boas novas que devemos continuar espalhando hoje em dia.

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