Para ouvir a homilia do Padre Paulo Ricardo, “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”, clicar AQUI
- PRIMEIRA LEITURA DA MISSA (Isaías 50,4-7)
Sei que não sairei humilhado
O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.
- SALMO 21
Vinde ó Deus em meu auxílio
(Antífona): Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os lábios e sacodem a cabeça: Ao Senhor se confiou, ele o liberte E agora o salve, se é verdade que ele o ama!
Cães numerosos me rodeiam furiosos e por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós, que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o, toda a raça de Israel!
- SEGUNDA LEITURA DA MISSA (Carta aos Filipenses 2,6-11)
A humilhação redentora
Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.
- EVANGELHO (São Marcos 15,1-39)
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
Logo pela manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio, reuniram-se e tomaram uma decisão. Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos. E Pilatos o interrogou:
“Tu és o rei dos judeus?”
Jesus respondeu:
— “Tu o dizes”.
E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus. Pilatos o interrogou novamente:
“Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!”
Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado. Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato. A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele fizesse como era costume. Pilatos perguntou:
“Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?”
Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás. Pilatos perguntou de novo:
“Que quereis então que eu faça com o rei dos judeus?”
Mas eles tornaram a gritar:
— Crucifica-o!
Pilatos perguntou:
“Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força:
— Crucifica-o!
Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado. Então os soldados o levaram para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda a tropa. Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça. E começaram a saudá-lo:
— “Salve, rei dos judeus!”
Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.
Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, que voltava do campo, a carregar a cruz. Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”. Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou. Então o crucificaram e repartiram as suas roupas, tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um.
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. E ali estava uma inscrição com o motivo de sua condenação: “O Rei dos Judeus”. Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Os que por ali passavam o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
— “Ah! Tu, que destróis o Templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!”
Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os mestres da Lei, zombavam entre si, dizendo:
— “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o rei de Israel… que desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!”
Os que foram crucificados com ele também o insultavam. Quando chegou o meio-dia, houve escuridão sobre toda a terra, até as três horas da tarde. Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:
— “Eloi, Eloi, lamá sabactâni?”
Que quer dizer:
— “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram:
— “Vejam, ele está chamando Elias!”
Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo:
— “Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz”.
Então Jesus deu um forte grito e expirou. Nesse momento, a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes. Quando o oficial do exército, que estava bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse:
— “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!”
NAS TREVAS DO MEIO-DIA (Comentário de Scott Hahn)
“Chegou ao seu cumprimento o que foi escrito sobre mim”, Jesus nos diz no Evangelho de hoje (v. Lucas 22, 37).
De fato, chegamos ao clímax do ano litúrgico, o ponto mais alto da história da salvação, no qual se cumpre tudo aquilo que foi antecipado e prometido.
Ao terminar o extenso Evangelho de hoje, a obra de nossa redenção estará completa. A nova aliança será escrita com o sangue do seu Corpo alquebrado e pendido da cruz, no lugar denominado “a Caveira”.
Em sua Paixão, Jesus é “contado entre os malfeitores”, como Isaías o havia predito (v. Is 53,12). É revelado, definitivamente, como o Servo Sofredor anunciado pelo profeta; o Messias tão esperado, cujas palavras de fé e obediência se ouvem na primeira leitura e no salmo de hoje.
As zombarias e tormentos que ouvimos nessas duas leituras ecoam no Evangelho de hoje — no qual Jesus é espancado e ridicularizado (v. Lc 22,63-65; 23,10.11.16); cujas mãos e pés são perfurados (v. . Lc 23,33), enquanto seus inimigos disputam as suas vestes (v. Lc 23,34) e é três vezes desafiado a livrar-se do sofrimento, provando assim a sua divindade (v. Lc 23,35.37.39). Seus inimigos nunca entenderam que seu reinado não era deste mundo (v. João 18,36).
Nós não somos muito diferentes dos que torturaram Nosso Senhor. Quantas vezes não negamos a Sua realeza, recusando-nos a obedecer ao Seu mandamento de amor, nada Lhe oferecendo além do falso tributo de nossas mornas devoções?
Mas Jesus permanece fiel à vontade de Deus até o fim; não recua diante de sua provação. Entrega-se livremente aos seus torturadores, confiando naquilo que a primeira leitura de hoje nos diz: “o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo”.
Nós, filhos de Adão destinados ao pecado e à morte, fomos libertados para a santidade e a Vida através da obediência perfeita de Cristo à vontade do Pai (v. Rm 5,12-14.17.19; Ef 2,2; 5,6).
Por essa razão, Deus o exaltou. Portanto, em seu Nome temos a salvação. Seguindo o seu exemplo de humilde obediência nas cruzes e provações de nossas vidas, sabemos que nunca seremos abandonados; e que um dia estaremos com Ele no paraíso (v. Lc 23, 42).
No sombrio meio-dia do Calvário, o véu no templo de Jerusalém se rasgou. Foi um sinal de que, por Sua morte, Jesus destruiu para sempre a barreira que nos separava da presença de Deus.
Jesus era Deus e se humilhou, tornando-se igual aos homens, como nos recorda a epístola de hoje. Apesar de nossas repetidas falhas e de nossa fragilidade, Jesus continua humilhando-se, oferecendo-nos Seu Corpo e Sangue na Eucaristia.
No início dessa Semana Santa, decidamos dar-Lhe mais uma vez o comando de nossas vidas; tomemos a cruz que Ele dos dá; digamos com todo a nossa força, com todo o nosso coração e com todo o nosso entendimento que, verdadeiramente, Este é o Filho de Deus.
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