O único assunto verdadeiramente fascinante, neste mundo, é Deus. Podemos também nos interessar por política ou costumes, entre muitas outras coisas, mas só na medida em que essas coisas têm a ver com Deus — naturalmente, para nós ocidentais, o Deus dos cristãos.

Para que existe o cristianismo? Para levar as pessoas ao Céu, e tem, para este fim, uma precisa receita para a salvação das almas. No entanto, como a salvação da alma individual pressupõe a virtude da caridade — ser bom como o Cristo foi e é bom —, o cristão deve fazer algo aparentemente impossível para os olhos da carne, mas não para a visão interior: mirar o alto e, ao mesmo tempo, olhar ao lado, ou seja, para o próximo e a cidade em que lhe foi dado viver.

Assim, ninguém vai para o céu se antes não põe em prática, de algum modo, aquilo que, nalgum momento dos últimos cem anos, se tem chamado de doutrina social da Igreja.

Não há cristão que, ao pavimentar a estrada que o levará à Jerusalém Celeste, não contribua também para a construção da cidade terrena, em geral sobre os escombros e ruínas da punida Babel. Ninguém é bom, se não se preocupa com o bem comum.

Mas o que, aparentemente, já seria uma solução, é só o início de mais um problema: nem todos concordam com a visão cristã do bem comum. Como há várias concepções de bem comum no supermercado das ideologias modernas e pós-modernas, a Igreja cuidou de fazer a sua parte e sistematizou o que os grandes teólogos têm dito sobre o assunto, nos últimos dois mil anos. O resultado é um belo Compêndio de doutrina social, que pode ser baixado aqui.